sábado, 3 de março de 2012

3. Local

Escolha muito, muito difícil... Podia ter sido a Faculdade (onde eu e o teu pai nos conhecemos), uma ponte em Praga (onde pedi a todos os deuses que juntassem os nossos caminhos), Odeceixe (onde começámos a namorar), Barcelona (a nossa primeira viagem juntos), a nossa casa (onde foste concebido). Apesar de todos estes lugares (e muitos outros) carregados de histórias, optei por eleger o local com que um dia sonhei (e intuí) e onde confessámos o amor que tínhamos um pelo outro: ainda a medo, sem um beijo sequer que o confirmasse mas com a certeza que a vivência daquilo que havia recebido como «visão» não podia ser mera coincidência.

Eu corri pela praia, o teu pai agarrou-me pelos braços e rodopiou comigo, caímos na areia, conversámos e confessámos, o teu pai levou-me até à beira da água e disse: «-Queres ver uma coisa?!?». Abanou energicamente a água e eu vi as estrelas do céu reflectidas. Perdão!, não eram estrelas, mas sim o plâncton que só fica brilhante naqueles dias quentes de Verão. Era o dia do meu aniversário e eu não podia estar/ ser mais brilhante ou mais feliz...

Praia do Creiro - 19 de Julho de 2007



Fotografia de José Branco

1 comentário:

Enviar um comentário